O mercado pecuário brasileiro segue aquecido neste início de junho, com preços firmes tanto para o boi gordo quanto para os animais de reposição e a carne no atacado. De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), muitos frigoríficos reajustaram positivamente os valores pagos por novos lotes de animais para abate. O motivo principal é a manutenção das escalas de abate curtas, variando entre quatro e dez dias, o que pressiona a indústria a oferecer valores mais atrativos para garantir matéria-prima.
No segmento de reposição, a liquidez aumentou desde a semana ada, o que indica maior movimentação e procura por parte dos pecuaristas. Contudo, a oferta limitada de boi magro ainda restringe o ritmo de fechamento de negócios, conforme observam os pesquisadores do Cepea.
Já no mercado atacadista de carne, os preços também apresentam recuperação, impulsionados por boas vendas. A retomada da demanda interna, somada à menor oferta de animais para abate, tem sustentado os valores no atacado, favorecendo a rentabilidade do setor.
No cenário internacional, os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam desempenho expressivo das exportações de carne bovina. Nos cinco primeiros meses de 2025, o Brasil arrecadou R$ 5,8 bilhões com as vendas externas, o que representa uma alta de 22% em relação ao mesmo período do ano ado. Esse crescimento é reflexo de um aumento de 10% no volume exportado e de 10% nos preços médios em dólares recebidos pelos produtos brasileiros.
O bom desempenho nas exportações e a firmeza dos preços internos indicam um momento favorável para o setor pecuário, embora os desafios relacionados à oferta e às condições de mercado ainda exijam atenção dos produtores e da indústria.